sábado, 26 de novembro de 2011

Violência contra a mulher, não aceite isso!







Infelizmente, nem todo poema é de amor

"Era uma vez uma história feliz, e deixaram de fora as outras
Falaram-me de amor, mas esqueceram-se da violencia
Narraram-me os afetos, mas omitiram os murros, socos e gritos
Fantasiaram o príncipe encantado, mas ninguém me falou do agressor
Contaram-me o primeiro encontro, mas não as discussões
Murmuram-se as palavras eloquentes e juras de amor
E passaram ao lado das violações, insultos e humilhações
Encheram a minha mente com happy ending com casamento
Como se a infelicidade no casamento não existisse
Viveram realmente felizes para sempre? Ou juntos miseráveis por toda a vida?
Até que a morte os separe! Por que não se separar antes?
Porque é que os adultos não gostam de contos
Talvez por perceberem a realidade"

Sylvie Silva Oliveira



A violência contra a mulher ganhou atenção no início dos anos 70, não por acaso o mesmo período da tão conhecida revolução sexual, porém até hoje, mulheres vitimizadas permanecem caladas em suas casas e muitas vezes sem que ninguém saiba. Mulheres de todas as classes sociais. Sim, na mansão e na favela, mulheres lindas e mulheres feias, mulheres magras e gordas também. Assassinatos, estupros, agressões físicas, sexuais e morais, abusos emocionais, prostituição forçada e violência racial são alguns dos crimes cometidos todos os dias, dentro e fora de casa com cerca de 50% das mulheres adultas em todo o mundo. A violência doméstica é um crime silencioso sendo que em 80% dos casos denunciados o agressor é o parceiro ou ex-parceiro.  

Sempre teve uma pergunta que não quis calar em mim no que se refere à porque suportar o agressor. Sempre me incomodou pensar que a ideia de que a uma mulher permanece ao lado do agressor porque ela gosta de apanhar, pensamento comumente reproduzido. Assim, impiricamente, fiz minhas próprias considerações, o que não vem ao caso neste momento. Aqui quero apresentar alguns dados alarmantes que encontrei em pesquisas científicas. Sem, contudo, esquecer que os dados só referem-se às vítimas que prestam queixa na polícia e que chegam ao Sistema de Saúde Pública. 



Ao longo da minha vida conheci um sem número de mulheres que apanham de seus companheiros, algumas grandes líderes feministas outras mulheres simples, empresárias, vendedoras, cabeleireiras, estudantes, donas de casas,  mas entre elas havia a mesma, digamos vergonha em denunciar, parte disso se dá ao descaso que as Delegacias que deviam prestar solidariedade a dor da vítima têm tratado estas mulheres, se o caso é de reincidência então, a vítima vira piada. Existem agressores em todos os níveis, mas todos têm em comum uma coisa, eles se acostumam a ter uma agredida. Outro fator: como denunciar e voltar pra casa depois, sabendo que o tal vai ser intimado pra depôr e após passar pela avaliação da sua ficha policial descobrirão que ele é um homem honesto e trabalhador. E o pior mesmo é a baixa autoestima que as mulheres vitimizadas desenvolvem. Episódios de violência são repetitivos e tendem a se tornar progressivamente mais graves.  



O problema traduz-se muito frequentemente na qualidade de vida e saúde das mulheres. A violência conjugal e o estupro estão associados a maiores índices de suicídio, abuso de álcool e drogas, distúrbios gastrointestinais e e sofrimentos psíquicos em geral. Além de problemas relacionados a saúde reprodutiva como doenças pélvicas inflamatórias, dores pélvicas  crônicas, DSTs, incluindo a AIDS e gravidez indesejada. 
Ser casada, não dá ao marido o controle do seu desejo e forçar relações sexuais ou atos que estejam fora do seu consentimento é uma agressão sexual e muitas vezes moral contra a mulher.

Ainda neste tema, lembre-se sempre que o corpo é seu! E não importa o quanto desejável ele seja, ninguém, jamais, tem o direito de violar sem a sua permissão e vontade. Denuncie, grite, chame a polícia, reaja! Não se envergonhe, o crime é do agressor e não seu. Algumas mulheres tem a mania de se sentir culpada por tudo, até por ser agredida. Liberte-se.

A própria palavra "violência" normalmente associada a situações macro, tais como as manchetes de jornais "violência nas grandes cidades" por exemplo, pode ser um fator que limita a conscientização de violência quando se trata do âmbito do nosso lar. Em tempos em que somos "forçados" a ouvir que um tapinha não dói e em todos os tempos, ações como puxar os cabelos, dar um beliscão ou um empurrão, não podem ser justificadas com o complacente "ele estava nervoso". É violência sim. 




A pessoa que convive com você…

1. Agride na maior parte do tempo?
2. Acusa constantemente de ser infiel?
3. Implica com as amizades e com a sua família?
4. Priva-a de trabalhar, de estudar?
5. Critica-a por pequenas coisas?
6. É agressivo quando está bêbado ou drogado?
7. Controla as finanças, obriga a comprar só o que ele quer?
8. Humilha-a em frente de outros?
9. Destrói objetos pessoais e com valor sentimental?
10. Agride ou espanca seus filhos?
11. Usa e/ou apontou alguma arma contra você?
12. Obriga a ter relações sexuais contra sua vontade?









Um comentário:

  1. LInda mensagem minha amiga.....
    Que possamos verdadeiramente lutar contra este tipo de ^violência....

    Bjúx da geisha plus Karina Abe

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