Este é um blog pra falar de nós, mulheres com curvas, exuberantes em suas formas. Mulheres que são mães, esposas, namoradas, solteiras, divorciadas, e acima de tudo somos gente e buscamos respeito, amor e paz. Nos amamos, no entanto, muitas vezes esquecemos-nos disso e nos deixamos levar por preconceitos formados pela amargura alheia. Já está na hora da gente se olhar de frente, encarar o espelho e lembrar que somos as únicas iguais a nós mesmas. Cada uma de nós, não é incrível? E a gente se dá o luxo de não reconhecer essa dádiva divina. Não é incrível a facilidade com a qual a gente se deixa abater pelo olhar dos outros? No fundo no fundo, nós nos punimos através deles. Punimos-nos por não termos a cara e o corpo da protagonista da novela do momento. Por isso aceitamos o olhar do preconceito, recolhemos dentro de nós e nos apossamos deles, torna-se cada dia mais nossa propriedade e é difícil desapegar deste sentimento, mais ainda tirar de nós. Sabe uma coisa eu acho lindas as pessoas magras, e acho lindas as pessoas gordas. Já abraçou um magrinho? Pra nós, parecem tão frágeis que dá vontade de proteger. E um gordinho? Não dá vontade de aconchegar naquele abraço e apertar mais e mais? Queridos, não existe essa luta, gordos x magros. A luta deve ser interna, contra nós mesmos e a capacidade que temos de nos deixarmos menor do que somos, de muitas vezes não reconhecermos nosso valor.
Eu sempre digo que já estive dos dois lados da balança, já fui magra, uma gata. E já há uns 15 anos vivo no mundo dos gordos, sou uma gatona agora. Já fiz todas as dietas malucas que existem, já tomei remédio indicado pela vizinha, pelo amigo e todos os chás existentes. Também já fiz dieta com acompanhamento médico, inúmeras vezes. Médicos de todos os gabaritos, de consultas que variavam dependendo do gabarito do endócrino de R$ 40,00 a R$ 400,00. Já gastei todo salário do mês entre médico e remédios. Fiz a dieta da sopa, do carboidrato. Ai, e quanta Amfepramona, Femproporex e Subtramina! Uma sanfona encarnada. Larguei mão. Assumi a gordinha que sou. Se eu gostaria de ser mais leve? Claro que sim. Mas não porque não me gosto, aprendi a me amar assim e sou feliz do jeito que eu sou, de verdade. Uma vez uma pessoa me disse que a gente deve ter orgulho daquilo que a gente se tornou e aquilo me deu uma nova compreensão do meu caminho. Descobri, de repente, que não era um corpo disforme, mas que tinha uma forma só minha. Que meus seios caídos alimentaram duas crianças lindas e pela minha barriga as mesmas duas chegaram ao mundo, e tantas outras coisas preciosas que meu corpo me proporciona.
Ah, você leitora desavisada, talvez neste momento deva estar pensando que eu sou uma daquelas pessoas de muita sorte, que só encontrou no caminho gente que me amava, desculpe por acabar com seu sonho. Cresci com uma madrasta, madrasta má, igualzinha a da Branca de Neve, quer pessoa melhor pra acabar com a auto estima alheia? Pois é. Ouvi muitas vezes meu marido dizer que não gostava de sair comigo porque eu era gorda e ele tinha vergonha de mim, muitas vezes me olhava e fazia pra mim gestos que lembravam uma luta de sumô, me sentia humilhada. Fui acreditando nisso e aceitando, me sentindo e me fazendo cada vez mais feia. Não, não era estar gorda que me fazia feia, mas era o não gostar de mim e o me olhar pelo olhar do outro. Ah, gente, a gente precisa se amar, senão todo mundo vai falar de você o que bem entender e você vai acreditar. Se você chegou até aqui neste texto, aceite um conselho: olhe-se no espelho, mas mude seu olhar, toque seu corpo, olhe seus olhos, perceba as marcas da tua história, veja o os teus pontos altos, o que é bonito em você e não me diga que não tem porque eu sei que tem. Encontre-se com você e se declare amor eterno.
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