Hoje venho desabafar sobre algo que há algum tempo me chama à atenção e quero, não alertá-las, (quem sou eu pra isso?) mas, aconselhar, como as amigas fazem.
Deixe-me falar deste velho novo mundo chamado plus size: Velho porque há tanto tempo temos tios, mães, pais, sobrinhos, amigos acima do peso, porém, o sentimento nutrido por eles era tão especial que as suas formas arredondadas nos pareciam passar desapercebidas. E, como era bom ter o colo de nosso querido gordinho. E, novo porque só agora nos foi apresentado. Talvez há menos de dez anos um bombardeio massivo e certeiro iniciado pelo mundo da moda, apoiado e amplamente divulgado pela imprensa nos fez perceber que somos gordos. Foi como se nossos olhos se abrissem, como os de Eva quando provou do fruto proibido, apenas não demos conta de que o deus envolvido neste negócio não tem nenhum escape e nem sombra de salvação. Mesmo assim nos deixamos envolver por ele, fazendo dos regimes e das dietas a nossa grande punição.
O Brasil ainda é o campeão em cirurgias plásticas e embora não tenha os dados, imagino que também deve estar entre os primeiros em cirurgias bariátricas, isso ouso teorizar, é alimentado por esta indústria da frustração generalizada. É muito triste ver as pessoas morrendo em função do sobrepeso e da obesidade de tantos graus quanto existam. Não, não tenho nenhum dado estatístico, mas posso afirmar que pessos morrem todos os dias em consequência do sobrepeso. Elas não caem duras nas ruas e Metrôs, nos trêns ou ônibus, seus corações não param de bater nem suas almas são sugadas. Nada disso. O que as mata machuca, magoa e fere profundamente e abre caminho para o maior mau causado pelo sobrepeso e obesidade, a tristeza. Tristeza de não ser respeitado como cidadão e nem mesmo ser reconhecido como pessoa, pelo olhar indiferente e pelas piadas que fazem conosco. Uns na nossa presença outros por trás de nós, pra se sentirem mais educados. Isso não importa. Pior do que ver uma pessoa à beira da morte física e percebê-la morta por dentro, sentindo-se só e infeliz pelo mais banal dos motivos: ser gorda.
O Brasil ainda é o campeão em cirurgias plásticas e embora não tenha os dados, imagino que também deve estar entre os primeiros em cirurgias bariátricas, isso ouso teorizar, é alimentado por esta indústria da frustração generalizada. É muito triste ver as pessoas morrendo em função do sobrepeso e da obesidade de tantos graus quanto existam. Não, não tenho nenhum dado estatístico, mas posso afirmar que pessos morrem todos os dias em consequência do sobrepeso. Elas não caem duras nas ruas e Metrôs, nos trêns ou ônibus, seus corações não param de bater nem suas almas são sugadas. Nada disso. O que as mata machuca, magoa e fere profundamente e abre caminho para o maior mau causado pelo sobrepeso e obesidade, a tristeza. Tristeza de não ser respeitado como cidadão e nem mesmo ser reconhecido como pessoa, pelo olhar indiferente e pelas piadas que fazem conosco. Uns na nossa presença outros por trás de nós, pra se sentirem mais educados. Isso não importa. Pior do que ver uma pessoa à beira da morte física e percebê-la morta por dentro, sentindo-se só e infeliz pelo mais banal dos motivos: ser gorda.
Há pouco mais de um ano algumas pessoas tem falado deste fenômeno chamado baixa-autoimagem, ou baixa-autoestima, o que tem aberto caminhos para a ainda lenta autoaceitação. Eu entendo que toda mudança precisa começar de dentro pra fora de nós mesmos...e, citando as minorias revolucionárias digo que "a revolução não será televisionada".
Queridas, jornalista que sou, aprendi com alguns professores nos bancos de sala de aula da faculdade que o ser humano é o mais importante e com outros que a audiência é o mais importante. Como tudo na vida, definir o mais importante também é uma escolha. Eu escolho o ser humano, não me importo se nunca me encontrarem, ou se nunca for convidada para um programa de TV ou se nunca fizer um desfile plus size, não me importo, minha escolha é outra. Sou jornalista não modelo.
Queridas, jornalista que sou, aprendi com alguns professores nos bancos de sala de aula da faculdade que o ser humano é o mais importante e com outros que a audiência é o mais importante. Como tudo na vida, definir o mais importante também é uma escolha. Eu escolho o ser humano, não me importo se nunca me encontrarem, ou se nunca for convidada para um programa de TV ou se nunca fizer um desfile plus size, não me importo, minha escolha é outra. Sou jornalista não modelo.
Tenho uma história de vida de superação e quero dividir. E, se minha história servir pra mudar apenas algumas outras histórias já valeu a pena tudo isso.
Foi por isso que idealizei a "Beleza em Curvas, a revista para quem ampliou o seu espaço de ser bonita". Ela é fruto de amor pelo ser humano, pelas vidas que estão se perdendo dos seus ideais, dos seus sonhos, porque resolveram dizer que ser gordo é feio, pra dizer o mínimo. Feio é ser preconceituoso e pisar nos outros. Feio é alcançar um lugar de destaque em cima da oportunidade, do momento da Mídia. Eu quero dividir, na matemática que aprendi só dividindo que a gente pode somar. E vou fazer isso com toda verdade do meu coração. Com seriedade, responsabilidade e profissionalismo, mas sobretudo com respeito aos meus colegas, aos leitores e às pessoas que chegaram antes de mim.
Enfim, tudo isso foi pra dizer que estou triste em ver essa classe ainda tão pequena se degladiando nos Blogs e jogando palavras soltas e irresponsáveis pra denegrir imagens de pessoas sérias que como todas nós buscam mais qualidade deste Mercado plus size. Se Deus nos permitiu ter voz neste tempo e fazermos a diferença, representando milhares de pessoas que precisam se calar diante de tanta injustiça e preconceito, temos que ter responsabilidade com as palavras e respeito com os colegas. A união e a luta conjunta é o único caminho possível. No céu as estrelas todas brilham sem medo, cada uma tem consciência do seu lugar e uma não ofusca o brilho da outra. Não vai ser uma querendo derrubar a outra que nós vamos a algum lugar. Afinal, uma andorinha até abre o caminho, mas sozinha ela não faz o verão.
....
Oi Marcela,
ResponderExcluirÓtimo seu desabafo, eu não posso dizer que fui a primeira + sei que vim te parabenizar por sue blog bem no iniciozinho nao sei se vc se lembra.
Apesar de novinha [não tão novinha assim hauhauahaua mais talvez uma das mais novas blogueras].
Eu já estou no movimento por 8 anos, vi tudo começar e comemorei cada vitória cada aparição das meninas do CriaturaGG em revistas eu comprei e mostrei aos amigos.
Quando o Xepa aquele que era Medelo GG da TWP foi para o programa de TV tentar emagrecer eu torci pq não deixava de ser uma chance de alguem mais bem resolvido se expor na TV.
Cada vez que a Renata do Mulherão foi na TV eu anunciei e torci.
Qnd começou a revista Sem Medida (que tinha outro nome) eu li todinhaaa e opinei na comu a respeito.
Qnd SANDRA EBENER anunciou que ia fazer uma mobilização no centro de Sampa eu tbm torci e vibrei ao saber que foi tudo bem.
E agora a minha felicidade é saber que as pessoas não virtuais vão ter uma revista de PAPEL em mão para ler e se inspirar eu fiquei sim muito feliz por vc.
Ai me perguntam vc é linda tem porte fisico pq não é modelo? Não sou modelo pq moro longe do centro da moda conheci esse mundo bem antes de 90% das atuais modelo e nunca almejei isso nao seria agora que anda tão concorrido e eu nao tenho mais meus 20 anos.
A minha luta sempre foi ser aceita como sou, e é isso que quero continuar fazendo.
Ah vibrei tbm em setembro do ano passado qnd dei uma entrevista por fone no g1 [já ia me esquecendo de mim pq realmente para mim o que tem valor é todos juntos].
Pq eu to dizendo tudo isso? Pq infelizmente existem pessoas que não reconhecem o valor do semelhante e preferem denegrir, fazer picuinhas para assim derrubar os NOVATOS eu vejo isso acontecer já faz anos .
Mais em todo lugar tem isso seja no nosso
meio, seja em qualquer outro.
Precisamos passar por cima e continuar fazendo o nosso essas pessoas pequenas de espírito um dia ficarão lá atrás arrependidos de agir assim e muito provável em uma próxima empreitada elas aprendam a não tentar subir pisando em alguem.
Bjsss e sucesso para nós .
Aiii Lindoo o texto!!
ResponderExcluirEsse desabafo foi maravilhoso, dá pra refletir muito ein ...
Começei um blog este ano, super novata ainda, mais as primeiras pessoas que conversei foi com algumas (os) Blogueiras(os) que tinham blogs sobre o assunto!!!!
Acredito que temos que estar UNIDOS, nada disso de agredir o outro, assim nada funciona, estamos aqui pra que? Para melhorar as coisas ou piorar?
..... Parabéns pelo Texto Marcela, Amei de verdade **
Vanessa Laynara.
http://gordinhastbmvivem.blogspot.com/
Sem dúvida...lindo depoimento...e vem em tempo para alertar que algumas pessoas distorcem a realidade...mas como acontece quando um grupo de pessoas é retalhado eles se unen...torço para este trabalho que esta se tornando sólido...tenha sempre portas abertas...Bjus...
ResponderExcluirParabéns. Magnifico o desabafo!
ResponderExcluirMá, sou suspeita a te elogiar você sabe, pois sou sua admiradora e muito me orgulha com sua inteligência, você disse tudo e mais um pouco no seu texto, eu que o diga que já fiz cirurgia e tudo e não fiquei feliz, só sofri, por dar ouvidos outros, hoje sou feliz do jeito que sou , claro,vamos priorizar a saúde sempre e o nosso bem estar !!!!! Tudo de bom para você !!!!!! Bjs Valquiria
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi, adorei seu desabafo, também o da Kali, deixei até um comentário no blog dela à respeito, e vcs me incentivaram a trazer o meu blog de volta, já que, graças a Deus, nossa blogsfera não está contaminada só por mercenárias, existem pessoas como vcs e nossas queridas leitoras.
ResponderExcluirParabéns!
Bjs, GG ;]
Oi Marcela,
ResponderExcluirAntes de mais nada quero parabeniza-la pelo seu trabalho no "So' pra quem tem curvas".
O seu desabafo lhe e' licito e muitas vezes me senti da mesma forma, e o que mais me entristece e' hoje com 51 anos, ver meninas jovens vivendo tipo o que vivi na mesma idade.
Eu moro nos Estados Unidos ha' 10 anos e por todo esse tempo praticamente esqueci de como e' a situacao de preconceito no Brasil, e de sofrimento tambem.
Descobri casualmente toda essa movimentacao Plus Size a partir de uma entrevista com a Fluvia Lacerda, que tambem desconhecia, e fui passeando por alguns sites e blogs... E que tristeza! Pude ver comentarios de dezenas de meninas jovens e LINDAS, que estavam ali se auto destruindo, sofrendo, considerando-se gorda e feia, devido ao preconceito de pessoas mal resolvidas, quando sao apenas diferentes de um estereotipo, que certamente nao foi ditado por Deus.
Tomei a decisao de fazer algo e proporcionar o que encontrei aqui a todas as Plus Size como eu, e me destinei a compartilhar a alegria de se vestir como se deseja, nao como 10 anos mais velha, e de quebra reaver sua auto estima.
Todas sabemos a dificuldade de encontrar roupas Plus Size no Brasil, mas nao e' com relacao a roupas fashion e bonitas exatamente, pois elas existem, mas com raras excecoes custam carissimo; nao se coloca no mercado de tamanhos grandes um valor acessivel e justo. Dessa forma, a dificuldade continua a mesma para a mulher que da' duro com grana curta, a mulher do lar, a estudante... que dificilmente conseguiriam se vestir numa loja popular, quando elas possuem o mesmo direito `a auto estima e beleza, independente do tamanho que possuem.
Eu presto assessoria na compra de roupas e artigos Plus Size aqui nos Estados Unidos, onde a variedade e' imensa, e as promocoes sao constantes.
Tenho uma profunda empatia por essa causa e tenho feito boas amizades atraves do meu Orkut, onde publico fotos de promocoes e queimas do que se encontra por aqui (eu nao possuo mercadoria), e remeto para aquelas que fazem o pedido do que gostam e que foi publicado em album.
Sinto um prazer enorme em atender aquelas que possuem tao bom gosto como qualquer outra, e que muitas vezes nao tem a oportunidade de demonstrar isso nas roupas que usa(va)m.
Um abraco,
Thelma Plus
thelmat@bol.com.br