terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Colunista

Meu Exterior, ou meu interior?

Alessandra Barros



Dentre tantos pensamentos que rodeiam a minha mente, o que sempre permanece estático é o seguinte: - Quando é que o mercado plus size vai mudar?
Vejo todos os dias, discussões, baixarias e todo tipo de manifestação de ideias! É claro, levando em consideração a liberdade de expressão, mas, se tratando de profissionalismo e ética, as coisas estão um bem fora dos eixos!
Mulheres lindas são descobertas a cada dia, estão sendo cada dia mais aceitas independente de suas formas, mas... Os antigos hábitos precisam ser mudados!
Mas aí você me pergunta: - Quem é essa pessoa que fala comigo com tanta ousadia? Tem razão, vou me apresentar.
Sou Alessandra Barros, graduada em Visagismo e Terapia Capilar, pela Universidade Anhembi Morumbi, cursando atualmente uma pós- graduação, ex- modelo plus, produtora de visual da revista Beleza em Curvas,  pesquisadora da área em torno de 5 anos e  palestrante. Mas o que isto implica?
Conhecendo o mercado mundial de moda, sei que ética profissional é o grande trampolim para qualquer que queira crescer, quer pessoa física ou jurídica, e ética leva qualquer pessoa onde ela quer! Não, não é o dinheiro, é a ética!
Rodeada de um mercado onde modelos lutam pelo crescimento, mas utilizam armas erradas. Expõem suas ideias aleatoriamente esquecendo-se que as mídias sociais são vistas por todos. Constroem carreiras em anos, mas destroem em 20 segundos, após postarem um texto qualquer em suas mídias sociais. Aonde isto vai parar? Se aquelas que lutam, não usam corretamente suas armas, como vencerão esta guerra?
Se vendem (moralmente falando), aceitam qualquer trabalho, por valores irrisórios, mas é claro, levo em consideração que quem tem o sonho de ser vista, ou realizar algum trabalho de modelo, fazer qualquer trabalho por menor que seja já está ótimo não é? Se sim, aproveite bem o seu momento porque é por aí que o seu sonho vai ficar... Porque, sem mercado forte, não haverá modelos, e, se estas não boas o bastante quem vai valorizar e nos representar ? Mulheres onde está o seu valor? Quando vamos começar a trabalhar como verdadeiras profissionais? Digo “vamos” porque também faço parte deste mercado, e sim, precisamos melhorar.
Mas por que tudo isso agora?
Você se lembra daquele episódio triste onde a modelo Kate Moss , foi vista usando drogas ilícitas? Como está a carreira dela hoje?  Balançou?  Se sua resposta for sim para as duas perguntas, você esta correta, mas mesmo assim Kate continua trabalhando, porém por causa de um descuido tem uma desgastada imagem e é quase impossível se lembrar dela e não lembrar deste grande escândalo.
Modelos comerciais como todas são, tanto convencionais como as plus, precisam guardar mais a imagem  pois ela é a “modelo” ,e o que as diferencia são apenas os números a mais!
Se você tem compromisso profissional, deixe de lado os pensamentos negativos, e exponha apenas os que terão um peso positivo para sua carreira!
Mais do que há por fora, temos muito mais por dentro, e isto sim precisa ser mudado e moldado, nunca seremos tão bons que não poderemos melhorar. E, com certeza faremos um mercado melhor, de pessoas experientes e capazes, aceitas não só pelas suas diferenças, mas em primeiro lugar pela enorme capacidade que existe dentro de cada um de nós!
E como em toda boa mídia social...#ficadica!


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O aperto dos gordinhos - Matéria da Revista Veja São Paulo

REPRODUÇãO - Retirado do site: veja são Paulo 




COMPORTAMENTO

O aperto dos gordinhos em São Paulo

Proporção de obesos passou de 11% para 15% desde 2006, mas a cidade ainda acolhe mal esse público

Daniel Bergamasco | 30.11.2011
 Ben Ludmer - capa 2245
O comediante Ben Ludmer, de 140 quilos: vetado na montanha-russa e em alguns outros brinquedos dos parques
Fernando Moraes
Com 26 anos, 1,79 metro de altura e 140 quilos, o comediante Ben Ludmer passa por apertos diários em seu cotidiano na cidade. “O problema já começa no elevador cheio, com olhares tortos quando o gordo quer entrar”, conta ele, que cita em seguida a frustração de não poder andar em montanhas-russas de parques de diversões nem se acomodar nas poltronas apertadas de teatros. “É por isso que prefiro estar no palco”, brinca o ator, que apresenta bem-sucedidos shows de stand-up no Shopping Higienópolis, nos quais se celebrizou por fazer graça sobre a própria circunferência. Em julho, ao estender a piada para a plateia e usar como exemplo um espectador também rechonchudo, acabou levando um soco no rosto, o que lhe mostrou quanto o tema é sensível.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o paulistano está engordando. E rápido. O porcentual de moradores da metrópole com sobrepeso — ou seja, índice de massa corporal (IMC, ou peso dividido pela altura ao quadrado) maior que 25 — passou de 44,3% em 2006 para 48,5% em 2010 (são 51,1% dos homens e 46% das mulheres). Se considerados apenas os obesos, de IMC superior a 30, o salto é de 11% para 15% no período. Pois, mesmo com uma população na qual os esbeltos e os chamados normais logo poderão se tornar minoria, são muitos os desafios do dia a dia. Comprar roupas sem cara de avô é sempre difícil e há, muitas vezes, discriminação na hora de procurar emprego. “São situações que fazem com que muitas pessoas se privem da vida social”, diz a endocrinologista Claudia Cozer, coordenadora do Núcleo de Obesidade do Hospital Sírio-Libanês. “Tem gente que, em vez de se cuidar, acaba trancada em casa, triste e comendo ainda mais.” 
Fernando Moraes
Adequação: poltrona com 90 centímetros de largura no metrô
Adequação: poltrona com 90 centímetros de largura no metrô
Para avaliar como anda a relação da cidade com quem não está em dia com a balança, VEJA SÃO PAULO convidou quatro paulistanos, dois magros e dois gordos, para um teste. Na experiência acompanhada pela reportagem, o tratamento foi bom, por exemplo, em academias de ginástica, das quais muitos fogem por estar fora do padrão médio dos frequentadores, e em baladas da moda, como Mynt e Disco, conhecidas pelas hostesses implacáveis com quem está malvestido. Mas esse tapete vermelho não se repetiu em algumas lojas de roupas com numerações limitadas. Na Carlos Miele da Rua Bela Cintra e na Calvin Klein do Shopping Frei Caneca, os menos delgados foram logo deixados de lado pelos atendentes, que preferiram dar atenção ao outro par.
Para quem vive em São Paulo, as dificuldades podem ser as mais prosaicas. Carlos Miranda (1,75 metro e mais de 140 quilos), produtor musical, perdeu a conta de quantas vezes causou estrago ao se apoiar em balcão de vidro em lojas. “Outro dia, fui comprar tênis na Vila Madalena e, quando me encostei, o apoio quebrou na hora”, diz. Já Sérgio Montes (1,73 metro e 102 quilos), o DJ Catatau, da festa Trash 80’s, sofre com cadeiras fixas em lanchonetes e praças de alimentação, nas quais muitas vezes seu corpo acaba prensado. Para a atriz e diretora Eliana Fonseca (1,72 metro e peso não revelado), o pior são as restrições menos objetivas, como o julgamento alheio. “Parece que o excesso de peso virou falha de caráter”, observa. “O policiamento em cima da saúde faz muita gente esquecer que ser gordo não é uma escolha.” O endocrinologista Marcio Mancini concorda. “A pessoa é vista como culpada e não como vítima, o que é injusto”, afirma ele, que é chefe do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas. “Mesmo que a força de vontade seja fundamental para emagrecer, há que considerar que não é tão fácil.” 
Fernando Moraes
Maison Spa: a vendedora Roseli Santos e a proprietária Carla Folloni
Maison Spa: a vendedora Roseli Santos e a proprietária Carla Folloni
Uma pesquisa de 2010 do Hospital do Coração (HCor) que ouviu exclusivamente paulistanos e cariocas mostrou que a maior parte dos 600 entrevistados não se casaria com uma pessoa gorda. Essa rejeição ocorreu mais na classe A (66%) que na classe B (44%). Em outro ponto do questionário, 81% disseram acreditar que o excesso de peso interfere nas relações de trabalho. “De fato, mesmo sendo velado, o preconceito existe”, admite o headhunter Gutemberg de Macedo. “Muitos contratantes acham que esses empregados têm maior propensão a ficar doentes e a deixar a empresa na mão.” O próprio governo estadual causou polêmica recentemente ao vetar professores concursados da rede pública de ensino por sofrerem de obesidade, já que a doença causa ou agrava várias outras, como diabetes e hipertensão. Após o debate do caso na imprensa e a crítica de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil, os reprovados foram reavaliados e a maior parte, enfim, assumiu o cargo.
Uma lei proposta pelo deputado Rogério Nogueira, do PDT, em vigor desde 2008, obriga cinemas, teatros, casas de shows e empresas de transporte público a assegurar, no mínimo, duas cadeiras especiais, mais espaçosas, para quem precisar delas. Com isso, vagões e estações de metrô ganharam assentos de 88 centímetros de largura e com capacidade para suportar 300 quilos (os demais têm 50 centímetros). Em casas de espetáculos como Credicard Hall e Citibank Hall, quem é obeso pode solicitar lugares maiores antes de comprar o ingresso, sem ter de pagar mais por eles. Já a rede de cinemas Cinemark admite que ainda está se adaptando. Em apenas parte de suas salas, o braço de algumas cadeiras pode ser levantado para que o espectador tenha mais espaço. Os complexos lançados a partir do ano que vem terão poltronas para gordinhos, e parte das plateias atuais será adaptada. O Procon lembra que quem não consegue usufruir o ingresso devido a esse aperto deve reivindicar a devolução do dinheiro. “Mas, por incrível que pareça, não recebemos reclamações assim de obesos, ao contrário do que acontece com cadeirantes, já habituados a reivindicar seus direitos de acessibilidade”, diz Andrea Sanchez, da diretoria do órgão de defesa do consumidor.
Na moda, quem excede as medidas ainda sofre para achar algo arrojado, mas isso tem mudado a passos lentos. Na companhia de redes tradicionais como as camisarias Varca, forte em trajes sociais, e Kauê, com peças mais esportivas, uma série de novos estabelecimentos ganhou espaço com roupas modernas. “Os modelos do tipo saco de batata, que eram confortáveis e só, estão sendo substituídos por itens que poderiam ser achados em qualquer loja”, afirma Renata Vaz, a paulistana mais influente do mundinho fashion GGG. Ela é a criadora do blog Mulherão, que tem 300.000 acessos mensais, e do Fashion Weekend Plus Size, evento que chega à quinta temporada em fevereiro, pela primeira vez com dois dias de desfiles em vez de um. “Na última edição, foram dez marcas”, contabiliza. “Nesta, estabeleci o limite em vinte, mas a demanda é crescente.” A Maison Spa, com sede em Moema e filial aberta há três meses nos Jardins, é repleta de artimanhas para ganhar esse mercado. Seus provadores têm espelhos sutilmente côncavos, para afinar o reflexo da cliente, e a iluminação é preparada para não evidenciar imperfeições. A vendedora Roseli Santos, com medidas comparáveis às da clientela, costuma circular com um pote de bombons e balas de goma entre as araras. “O açúcar ajuda a fechar a venda”, explica. 
Gustavo Scatena
Show no Citibank Hall, onde também há assentos especiais: lei facilitou o processo de inclusão
Show no Citibank Hall, onde também há assentos especiais: lei facilitou o processo de inclusão
Principal top model nesse padrão no país, a paulistana Mayara Russi está fazendo história. Protagonizou a primeira campanha GGG da lingerie Duloren, empresa que lançou suas linhas em tamanhos plus size há quatro anos e hoje vê esse nicho representar nada menos que 55% de suas vendas. Na foto, impensável no catálogo da marca anos atrás, a modelo mostra sem pudor o seu corpo, coberto apenas por calcinha e sutiã. A publicidade ousada foi feita para ajudar muitas das pessoas que se escondem sob roupas de corte desleixado.
Ao mesmo tempo, a cidade também está cheia de gente que busca a autoaceitação correndo atrás do corpo perdido. Só o tradicional Vigilantes do Peso, por aqui desde os anos 80, alardeia que seus 16.000 frequentadores paulistanos perderam juntos 113 toneladas em 2010. Há grupos menos conhecidos, como os Comedores Compulsivos Anônimos, uma das opções gratuitas para quem procura um caminho sem medicamentos nem cirurgia. A reportagem acompanhou uma reunião numa sala da Igreja de São Judas Tadeu, na Zona Sul. Baseado nos princípios dos Alcoólicos Anônimos, como “Só por hoje”, o encontro mostrou ser uma boa forma de trocar experiências, das mais divertidas às mais dramáticas. Os relatos de perda de peso são animadores: “8 quilos”, “16”, “40”.
Vem mais por aí. Um projeto de lei do vereador Paulo Frange, do PTB, tenta implantar no município o programa Obesidade Zero, de autoria do nutrólogo Daniel Magnoni, diretor de nutrição do Instituto Dante Pazzanese. Nele, são propostas ações mais amplas e coordenadas para adequar a silhueta da população, que vão de educação nutricional nas escolas até incentivos tributários para a instalação de barracas de frutas nas ruas, oferecendo opções baratas à comida rápida e gordurosa. Os legisladores deveriam levar a sério esse tipo de debate. Criar uma capital menos hostil a seus moradores GG é uma questão de cidadania, de respeito ao próximo e também uma bela oportunidade de negócios.
 
Veja matéria na íntegra: Site: Veja São Paulo

Vejinha SP destaca teste de receptividade de obesos na cidade.

Reprodução - Retirado do site Veja São Paulo

Teste da receptividade a obesos

Não faltam cadeiras desconfortáveis, lojas com roupas feitas só para magros e discriminação no trabalho

Daniel Bergamasco | 30/11/2011


Da esquerda para a direita: Elena Mesa Marquez, Marcelo Alves Germano, Roberto Labate e Márcia Ornellas


Com 90 quilos distribuídos em 1,65 metro de altura, a executiva Márcia Ornellas já passou por constrangimentos em shoppings. Uma vez, ao observar vitrines, foi recebida com uma frase à queima-roupa da vendedora: “Nossos modelos só vão até o 44”. Lojas de roupas estão entre os ambientes temidos por grande parte dos obesos, assim como várias situações da vida social. Para avaliar como são tratados e atendidos, VEJA SÃO PAULO convidou a executiva Márcia, o designer Roberto Labate, também acima do peso, e um casal dentro das medidas para um teste ao redor da metrópole. As duas duplas percorreram mais de vinte endereços na capital para checar possíveis diferenças no atendimento.
DUPLA 1

Elena Mesa Marquez
■ Profissão: compradora técnica de uma empresa multinacional do ramo automotivo
 Idade: 29 anos
■ Altura: 1,75 metro
 Peso: 63 quilos
■ Manequim: 38
Marcelo Alves Germano
■ Profissão: gerente financeiro da SP Escola de Teatro
■ Idade: 27 anos
■ Altura: 1,75 metro
■ Peso: 71 quilos
■ Manequim: 40

DUPLA 2

Márcia Ornellas
■ Profissão: executiva de uma multinacional farmacêutica e modelo plus size
 Idade: 39 anos
 Altura: 1,65 metro
■ Peso: 90 quilos
 Manequim: 48
Roberto Labate
■ Profissão: designer e empresário. Já fotografou para o catálogo de lojas GG, como Kauê
■ Idade: 31 anos
■ Altura: 1,80 metro
■ Peso: 112 quilos
■ Manequim: 50
O aperto dos gordinhos: como vivem os obesos em São Paulo
Gordos e ex-gordos falam sobre suas dificuldades

PRIMEIRA PARADA: LOJAS DE ROUPAS
Duplas só entraram em locais que não teriam peças da numeração de Márcia e Roberto
RUA OSCAR FREIRE E ARREDORES
CarminTrack and FieldTufi Duek e Planet Girls — Os funcionários foram simpáticos e trataram os quatro com atenção semelhante
Avaliação: atendimento bom
Carlos Miele — A dupla GG chegou primeiro. A vendedora foi formal, explicou que a numeração é limitada e logo deixou Márcia de lado para atender Elena, que ouviu a funcionária tomar um sermão de sua superiora: “Quando for assim, não perca tempo. Avise qual é a numeração e atenda o outro casal”. À reportagem, a empresa disse que “lamenta o ocorrido” e que agirá para que ele não se repita
Avaliação: atendimento ruim
SHOPPING FREI CANECA
Hering — Os atendentes exageraram ao insistir em elogiar o caimento de roupas apertadas para Márcia e Roberto
Avaliação: atendimento razoável
Simulassão — A vendedora mostrou as maiores peças, mas não forçou a barra quando viu que não serviam
Avaliação: atendimento bom
Calvin Klein — Após ver que não havia nada para Roberto, o vendedor o trocou por Marcelo. Com Márcia, foi pior: a vendedora sumiu. “Deve estar esperando eu ir embora”, disse a executiva. A grife declarou que as próximas coleções terão numeração até 50
Avaliação: atendimento ruim
SEGUNDA PARADA: BALADAS DA MODA
Glamourosas, caras e conhecidas pelas hostesses implacáveis com quem está malvestido, as casas noturnas DiscoMynt e B4 (essa última considerada “pré-balada”), todas na Zona Oeste, receberam os dois pares da mesma maneira. Os funcionários foram simpáticos, apresentaram os preços da noite e convidaram todos para conhecer o interior da casa
Avaliação: atendimento bom
TERCEIRA PARADA: ACADEMIAS DE GINÁSTICA
Para esse item do teste, Márcia e Roberto foram juntos a três academias: aBio Ritmo da Avenida Paulista, a Runner de Moema e a Body Company, na Vila Mariana. Em todas elas, houve um tour para conhecer as dependências e uma apresentação de diversos pacotes. Obesos eram exceção entre os frequentadores, mas os atendentes insistiram em dizer que recebem gente de diversos perfis e que seus programas de emagrecimento são eficientes
Avaliação: atendimento bom
QUARTA PARADA: SELEÇÃO DE EMPREGO
Elena e Márcia visitaram algumas das lojas do Shopping Villa-Lobos com vagas fixas e temporárias para vendedoras

Colcci — Foi o maior contraste entre os locais visitados. Márcia odiou: “confirmaram que tinha vaga, mas ninguém sorriu e uma moça me olhou dos pés à cabeça com hostilidade”, disse. Elena adorou: “Quando pedi informações, um vendedor interveio e chamou o gerente, que disse que eu era o perfil procurado”.
Avaliação: atendimento ruim
AnimaleTNGForumM. Officer e Le Lis Blanc — Funcionários atenciosos esclareceram para as duas os trâmites da seleção para a equipe de vendas
Avaliação: atendimento bom
Osklen — para Márcia, disseram que o recebimento de currículos para vendas havia se encerrado e sugeriram a vaga de estoquista. Já Elena foi atendida pelo gerente, que afirmou que poderia tentar encaixá-la direto nas entrevistas
Avaliação: atendimento ruim

sábado, 26 de novembro de 2011

Violência contra a mulher, não aceite isso!







Infelizmente, nem todo poema é de amor

"Era uma vez uma história feliz, e deixaram de fora as outras
Falaram-me de amor, mas esqueceram-se da violencia
Narraram-me os afetos, mas omitiram os murros, socos e gritos
Fantasiaram o príncipe encantado, mas ninguém me falou do agressor
Contaram-me o primeiro encontro, mas não as discussões
Murmuram-se as palavras eloquentes e juras de amor
E passaram ao lado das violações, insultos e humilhações
Encheram a minha mente com happy ending com casamento
Como se a infelicidade no casamento não existisse
Viveram realmente felizes para sempre? Ou juntos miseráveis por toda a vida?
Até que a morte os separe! Por que não se separar antes?
Porque é que os adultos não gostam de contos
Talvez por perceberem a realidade"

Sylvie Silva Oliveira



A violência contra a mulher ganhou atenção no início dos anos 70, não por acaso o mesmo período da tão conhecida revolução sexual, porém até hoje, mulheres vitimizadas permanecem caladas em suas casas e muitas vezes sem que ninguém saiba. Mulheres de todas as classes sociais. Sim, na mansão e na favela, mulheres lindas e mulheres feias, mulheres magras e gordas também. Assassinatos, estupros, agressões físicas, sexuais e morais, abusos emocionais, prostituição forçada e violência racial são alguns dos crimes cometidos todos os dias, dentro e fora de casa com cerca de 50% das mulheres adultas em todo o mundo. A violência doméstica é um crime silencioso sendo que em 80% dos casos denunciados o agressor é o parceiro ou ex-parceiro.  

Sempre teve uma pergunta que não quis calar em mim no que se refere à porque suportar o agressor. Sempre me incomodou pensar que a ideia de que a uma mulher permanece ao lado do agressor porque ela gosta de apanhar, pensamento comumente reproduzido. Assim, impiricamente, fiz minhas próprias considerações, o que não vem ao caso neste momento. Aqui quero apresentar alguns dados alarmantes que encontrei em pesquisas científicas. Sem, contudo, esquecer que os dados só referem-se às vítimas que prestam queixa na polícia e que chegam ao Sistema de Saúde Pública. 



Ao longo da minha vida conheci um sem número de mulheres que apanham de seus companheiros, algumas grandes líderes feministas outras mulheres simples, empresárias, vendedoras, cabeleireiras, estudantes, donas de casas,  mas entre elas havia a mesma, digamos vergonha em denunciar, parte disso se dá ao descaso que as Delegacias que deviam prestar solidariedade a dor da vítima têm tratado estas mulheres, se o caso é de reincidência então, a vítima vira piada. Existem agressores em todos os níveis, mas todos têm em comum uma coisa, eles se acostumam a ter uma agredida. Outro fator: como denunciar e voltar pra casa depois, sabendo que o tal vai ser intimado pra depôr e após passar pela avaliação da sua ficha policial descobrirão que ele é um homem honesto e trabalhador. E o pior mesmo é a baixa autoestima que as mulheres vitimizadas desenvolvem. Episódios de violência são repetitivos e tendem a se tornar progressivamente mais graves.  



O problema traduz-se muito frequentemente na qualidade de vida e saúde das mulheres. A violência conjugal e o estupro estão associados a maiores índices de suicídio, abuso de álcool e drogas, distúrbios gastrointestinais e e sofrimentos psíquicos em geral. Além de problemas relacionados a saúde reprodutiva como doenças pélvicas inflamatórias, dores pélvicas  crônicas, DSTs, incluindo a AIDS e gravidez indesejada. 
Ser casada, não dá ao marido o controle do seu desejo e forçar relações sexuais ou atos que estejam fora do seu consentimento é uma agressão sexual e muitas vezes moral contra a mulher.

Ainda neste tema, lembre-se sempre que o corpo é seu! E não importa o quanto desejável ele seja, ninguém, jamais, tem o direito de violar sem a sua permissão e vontade. Denuncie, grite, chame a polícia, reaja! Não se envergonhe, o crime é do agressor e não seu. Algumas mulheres tem a mania de se sentir culpada por tudo, até por ser agredida. Liberte-se.

A própria palavra "violência" normalmente associada a situações macro, tais como as manchetes de jornais "violência nas grandes cidades" por exemplo, pode ser um fator que limita a conscientização de violência quando se trata do âmbito do nosso lar. Em tempos em que somos "forçados" a ouvir que um tapinha não dói e em todos os tempos, ações como puxar os cabelos, dar um beliscão ou um empurrão, não podem ser justificadas com o complacente "ele estava nervoso". É violência sim. 




A pessoa que convive com você…

1. Agride na maior parte do tempo?
2. Acusa constantemente de ser infiel?
3. Implica com as amizades e com a sua família?
4. Priva-a de trabalhar, de estudar?
5. Critica-a por pequenas coisas?
6. É agressivo quando está bêbado ou drogado?
7. Controla as finanças, obriga a comprar só o que ele quer?
8. Humilha-a em frente de outros?
9. Destrói objetos pessoais e com valor sentimental?
10. Agride ou espanca seus filhos?
11. Usa e/ou apontou alguma arma contra você?
12. Obriga a ter relações sexuais contra sua vontade?